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Mais de 60% dos países atingidos pelo Covid-19 têm apenas casos importados da doença

Levantamento feito pelo G1 com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que, dos 64 países que relataram casos de Covid-19, 39 deles, incluindo o Brasil, têm apenas casos importados da doença - de pessoas que se infectaram fora de seus territórios - , o equivalente a 61% do total.



Outros 24, que somam 37,5%, registraram transmissão local - de pessoas que se infectaram dentro do país que reportou o caso. Um país, Mônaco, ainda tem um caso sob investigação.

(CORREÇÃO: O G1 errou ao informar que 22 países registraram transmissão local e 41 reportaram apenas casos importados até a manhã de segunda (2). O número correto de países que registraram transmissão local é 24, e o número de países que reportaram apenas casos importados é 39. As informações foram atualizadas às 8h21 do dia 03/03).

A apuração do G1 levou em consideração os casos que foram reportados à OMS até a manhã desta segunda-feira (2), dois meses depois do primeiro registro da doença em Wuhan, na China, em 31 de dezembro de 2019.

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o número de países afetados reforça a necessidade de contenção do vírus. Em coletiva nesta segunda (2), Ghebreyesus e outros especialistas da entidade afirmaram que “não hesitariam” em declarar uma pandemia da doença, mas que não acreditam ter chegado a este ponto ainda.

Dos 64 países que reportaram a doença, segundo os dados da OMS, 19 - aproximadamente 30% - tiveram somente um caso da doença: Afeganistão, Argélia, Armênia, Bélgica, Bielorrússia, Camboja, Equador, Estônia, Irlanda, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Mônaco, Nepal, Nigéria, Nova Zelândia, República Dominicana, San Marino e Sri Lanka.

"Enquanto a gente tiver casos importados, sem transmissão sustentada dentro do país, isso significa que estamos conseguindo fazer o isolamento do caso para não ter casos secundários", avalia a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Entretanto, Richtmann lembra que não é possível dizer que os países que só tiveram casos importados conseguiram "parar" a disseminação do vírus, pois eventuais infectados ainda podem estar entre os casos suspeitos - como é o caso do Brasil, que, até segunda-feira (2), tinha 433 casos sendo monitorados pelo Ministério da Saúde.


OMS defende contenção


Os líderes da OMS insistem que os países precisam investir em medidas para impedir a disseminação do Covid-19, como já haviam enfatizado na semana passada. Para a entidade, a contenção - impedir que o vírus se espalhe - tem se mostrado eficaz e deveria ser a prioridade de países atingidos. As afirmações vieram depois de questionamentos sobre a utilidade dessas medidas.


A mitigação é o estágio, em uma epidemia, em que fica claro que não é mais possível deter a disseminação do vírus - e outras medidas passam a ser adotadas, como tratamentos ou o oferecimento de vacinas. Não existe ainda, entretanto, vacina ou cura para o Covid-19. Cerca de 80% dos casos são leves, mas um pequeno percentual deles é severo. Fora do território chinês, cerca de 1,5% das pessoas infectadas morreram.

“Ambas as estratégias são necessárias em muitas epidemias. O que nós temos dito é que conter o vírus e interromper a transmissão nos dá uma oportunidade de pará-lo - o que claramente está funcionando na China, em Singapura: está retardando o vírus”, declarou Ryan.

Na semana passada, outro levantamento do G1 mostrou que o número de novos casos da doença na China atingiu o menor número em um mês.


Maioria tem menos de 100 casos


Até a manhã de segunda-feira (2), 57 dos 64 países - o equivalente a 89% - tinham menos de 100 casos da doença. Os únicos que haviam chegado a uma centena eram França (100), Singapura (106), Alemanha (129), Japão (254), Irã (978), Itália (1.689) e Coreia do Sul (4.212).

Apenas dois tinham mais de mil casos, além da China: Coreia do Sul e Itália. (Na segunda-feira, a imprensa internacional noticiou que o Irã atingiu a marca dos 1.500 casos, mas, no boletim da OMS, o país aparece com 978 infecções).

Outros países, como o Nepal e o Camboja, registraram o primeiro caso há mais de um mês, e, desde então, não tiveram novas infecções reportadas. A Índia, que reportou o primeiro caso no dia 30 de janeiro, tinha 3 registros de Covid-19 até 2 de março. Nenhum dos 3 países teve transmissão local da doença.

Já o Irã mostrou a tendência oposta: entre 23 e 28 de fevereiro, o número de novos casos no país só cresceu: foram 10 novas infecções no dia 23, e o número alcançou os 245 novos casos no dia 28. O país também registrou o maior número de mortos fora da China: 66, nesta segunda-feira (2).

Rosana Richtmann avalia que, neste caso, é preciso levar em consideração que o país pode não saber exatamente quantas pessoas estão infectadas pela doença - e, por isso, a taxa de letalidade do Covid-19 parece alta naquele país. A taxa de letalidade representa o número de mortos por uma doença em relação ao número de infectados por ela.

"Conter essa doença no Irã não ajuda só o Irã, ajuda o mundo", declarou Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, nesta segunda (2).


Fonte e imagem: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/02/mais-de-60percent-dos-paises-atingidos-pelo-covid-19-tem-apenas-casos-importados-da-doenca.ghtml

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